sexta-feira, 7 de junho de 2013

O meu percurso

A minha luta contra o excesso de peso começou desde muito nova. Sempre fui uma criança gordinha. Aos 11 anos os meus pais quiseram reverter isso e inscreveram-me na ginástica: foi horrível. Todas as minhas colegas eram magrinhas e já praticavam ginástica há muito tempo. Eu era gorda e a única coisa que consegui aprender foi a dar cambalhotas. Lembro-me de me terem gozado num sarau de ginástica, do professor se queixar que por minha causa tinha dado cabo do pulso e nunca mais quis voltar às aulas. A ginástica por si só não me fez emagrecer, mas ajudou qualquer coisita.
Ao longo da minha adolescência fui sempre tendo complexos com a gordura e agora, olhando para algumas fotos, vejo que não estava assim tão mal. Fui alternando períodos em que me preocupava com o meu peso e outros em que não ligava nenhuma. 
Ao longo dos anos universitários, fui tentando perder peso. Gastei dinheiro em cintas milagrosas, em cintos de sauna. Fiz ginástica de manutenção e até consegui perder algum peso.
Em 2002 estava a dar aulas como professora profissionalizada e atingi o cúmulo na altura do meu peso. Nessa altura não fazia exercício, almoçava tostas mistas no bar da escola ou panados, chegava a casa com uma fome terrível e comia este mundo e o outro, além de que estava a ser muito pressionada e os nervos davam-me para comer. Durante o verão tentei emagrecer sozinha sem sucesso. Desesperada disse à minha mãe que tinha de procurar ajuda e foi quando ela me falou que algumas colegas andavam na Naturhouse. Estávamos a 11 de setembro de 2002 quando tive a primeira consulta. Tinha 23 anos e 78 quilos. Na semana seguinte já só pesava 76. Seguia a dieta direitinho com uma vontade férrea. Como exercício só andava a pé e numa bicicleta estática. Não me desviava nem um milímetro da dieta e podiam comer o que quisessem à minha frente que isso não me incomodava. É claro que ajudou imenso o facto de só dar aulas à noite. Assim podia fazer as refeições de forma correta. E fui emagrecendo, emagrecendo... No ano seguinte estagnei até que em 2004 voltei a emagrecer, depois de me inscrever no ginásio e na natação. Nessa altura comecei a ter uma motivação muito forte: rapazes. Comecei a conhecer graças à Internet e quando os conhecia pessoalmente, percebia que pela primeira vez os atraía. No verão de 2005 consegui atingir um  objetivo muito importante: usar biquini pela primeira vez. Foi o auge! Toda a gente me elogiava pelo meu novo corpo. Mas depois vieram as vozes críticas: os meus familiares mais próximos achavam que eu estava magra demais, tinham medo que eu estivesse com uma anorexia e as vozes deles e um princípio de anemia fizeram-me voltar a comer em maior quantidade progressivamente. A partir dali foi um oscilar entre períodos de engorda seguidos de outros em que tentava emagrecer.
Em 2010 casei. Antes do casamento tentei perder uns quilos e voltei à Naturhouse. Perdi cinco quilos antes de casar e mesmo assim quando olho para as minhas fotos de casamento, em algumas parece que estava grávida. Depois do casamento as coisas tornaram-se piores. Como o meu marido gosta de boa comida e de experimentar pratos, acabei por me deixar ir e por ganhar demasiado prazer com a comida calórica e deixei de poder ir a um ginásio porque onde moro não há nenhum que me agrade.
Tentei várias vezes emagrecer de novo. Durante uns tempos só fazia comida saudável, mas depressa desistia. No ano passado tentei de novo no início do ano. Estava com 72 quilos e queria perder peso para poder engravidar. Mas tive de deixar a pílula e acabei por engravidar mais rápido do que pensava. Em maio de 2012 descobri que estava grávida. A minha filha nasceu em janeiro deste ano. Um mês depois do parto, estava com 74 quilos. Mas depois entrei em depressão. Fiquei sozinha com a minha filha. Não dormia, passava noites acordada por causa das cólicas dela e tinha fome. Comia o que me aparecia à frente. Quando dei por mim estava com 80 quilos e não tinha uma peça de roupa que me servisse sem ser calças de grávida. Como não saía à rua praticamente, passava os dias de pijama. Mas o tempo começou a melhorar e confrontei-me com essa realidade triste.
Cheguei aos pontos de só ter uma camisola que me serve sem que se notem os pneus todos.
Não quero continuar assim. De há três semanas para cá, ando a tentar perder peso. Mas esta semana comecei a sério. Estou determinada. Preciso de perder peso. Preciso de me sentir bem e de ser um bom exemplo para a minha filha.

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